sexta-feira, 1 de março de 2013

Astrologia e Auto-Conhecimento ( Memoirs)





Era uma céptica, a linguagem dos símbolos apresentada em colóquios comerciais, pura e simplesmente não me fazia sentido, era demasiadamente abrangente, redundante, indecente.
E além de céptica deixava-me frustradissima, lia a discrição do meu signo solar e ria ás gargalhas sarcasticamente (  Sol Virgem) , isto diz que eu deveria ser de uma forma e eu sou totalmente o oposto, triste por dentro, pois naquela altura tudo o que queria era encontrar um sentido na desorientação.
Na personalidade que me absorvia de tantas formas diferentes, que me interagia em actos e palavras contraditórias  em acções inexplicáveis, em choros amargos de incompreensão diante de mim mesma.
Quem sou? O que faço aqui? são questões que de uma forma ou de outra todos colocamos, num ou outro determinado momento da nossa vida, mas eu sentia que elas já haviam nascido comigo, que me atormentavam na falta de respostas, na falta de sentido, de orientação.(Ascendeste Gémeos) Então ainda que descrente não deixava de espreitar tudo o que me aparecesse no tópico de "astrologia" alimentando a insatisfação de me perder nela mesma. E isto bem cedo na vida, acabada de me projectar na adolescência e na forma correcta de estar diante dos outros (Lua em Balança), sem saber como o fazer, dividindo-me em partes de sub partes estéreis sem sentido, atendendo a todos e a ninguém, coberta de medos e anseios, com uma linguagem incessante no interior mas muda no exterior, sem se conseguir verdadeiramente expressar
( Mercúrio em Balança aflito em Muitas Quadraturas ).
Perdida, realmente Perdida.
Foi então num acaso daqueles magicamente orquestrados que um livro me caiu literalmente aos pés. No interior de uma livraria deambulando na solidão dos livros dos sonhos e da magia, do sobrenatural que sempre me apaixonou, um livro caiu da ponta da estante por onde passei, corada de vergonha de chamar a mim as atenções apressei-me apanha-lo e tudo mudou.
Fascinada li sobre um tal de mapa astral, sobre um tal de ascendente, sobre uma tal de lua e tantas outras coisas que não compreendia mas que ainda assim me excitavam só de as ler, teria finalmente encontrado o que tanto procurava?
Tentei me firmar, presa ao livro o máximo de tempo que consegui, não o podia comprar, então tentei recolher assim numa espiral de tempo o máximo de informação que podia engolir e processar 
( Dulpa regência de Mercúrio).
Num misto de vazio e felicidade corri a casa e procurei por mais na internet, muito já tinha visto, mas nada que me soubesse a correcto e substancial, então em buscas e buscas de palavras chaves diferentes encontrei  o melhor que na altura podia encontrar o site astro.com onde podia fazer uma amostra gratuita do mapa astral, fi-lo e derramei-me  a chorar num choro de alegria por ler em poucas palavras o que sentia mas não via, não reconhecia.
Tinha apenas 14 anos, dos 10 que já se passaram, de tanto que em mim aconteceu e mudou a paixão a astrologia e ao mundo dos símbolos apenas se excedeu e proliferou em todo o meu ser.
A partir daquele dia e até agora leio tudo o que consigo, estudo tudo o que posso sobre o assunto pois se a mim me ajudou, também aos outros que se sentem ou sentiram como eu ajudará.
A astrologia foi o psicólogo, o tutor, A família, o amigo que procurava.
Tudo o que fez foi ajudar a trazer á luz as trevas, os cantos mais obscuros da psique que integrados numa só , sem rótulos, beneficiam num crescimento fulgural.
Ainda sei pouco, muito pouco, sou meramente uma estudante de bastidor há 10 anos e presencial há dois meses...mas isto é ou não o verdadeiro poder?
O poder da cura, holisticamente regenerados ao propósito desta Terra Pisar e destes Céus Sonhar?
A astrologia não nos dá as respostas, pois já as temos, dá-nos força para ir ao seu confronto, para nos apaziguarmos e aceitarmos o melhor do pior que se possa segurar, por que nada, absolutamente nada é imutável.

Sarah Moustafa

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