segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sol Quadratura Ascendente - O Filtro




O Filtro entre Ser e Parecer

O Sol equivoca-se sobre este aspecto ou será o oposto?
Será antes o ascendente que se emaranha nas teias da sua mesma conspiração?
Conspiração essa quase inconsciente.
Sendo um aspecto de conflito entre as energias posta em dois motores cruciais e imediatos da personalidade, a interacção entre o Ser essencial e o Ser Social agrava-se numa constante dificuldade de entendimento por partes dos outros e claro por parte de si.
"Ninguém gosta de mim" "Ninguém me entende"
As energias divergentes assim o impelem, afinal água e azeite não se misturam não é?
E as diferenciações entre ambos os componentes são visíveis a olho nu, pois é o que acontece primariamente em alguém que com este aspecto nasça.
Sol em Virgem ascendente em Gémeos.
O Sol repele-se contra o seu ascendente, detesta a superficialidade dos seus problemas, revolta-se com a forma que este se mostra ao mundo porque ele está encarcerado, sem visibilidade, sem força para dominar o seu próprio domínio.
O ascendente magoa-se, fere-se perante a incompreensão, cria o seu mecanismo de fuga e desrealização  foge a sete pés do problema solar, contraria-se, reprime-se e não se responsabiliza.
E neste ringue de batalha feroz a tónica de instabilidade reproduz-se na celeridade de problemas relacionais, porque a pessoa não consegue ser verdadeira com ela mesma como pode ser com os outros?
E claro que os outros não possuem a consciência desse "problema" pois o que ressalta é a inconciliabilidade do outro perante as suas acções.
E assim nesse rol de problemas a pessoa vê se sempre cercada das paredes que o limitam construídas por ela mesma.
Pois há uma ponte entre a identidade mais profunda e necessidade mais proeminente do ser, que não é atravessada, pois o caminho entre as duas profundidades bem densas da psique é assustadora.
Mas há uma ligação entre ambas, essa ligação seria a regência do mesmo Planeta Mercúrio e a expressão de Mutabilidade que tanto em Virgem como em Gémeos existe.
Eles interagem como dois irmãos, ou as vezes até mais, que pertencem á mesma família  mas que se detestam por precisamente verem em ambos as similaridades que os aproximam e afastam.
A construção do filtro que os diferencia entre o que são e o que mostram, deve ser utilizado não como uma máscara de Carnaval de Veneza mas como uma depuração do excesso de diferenças, que nada mais são do que o excesso de semelhanças.

Sarah Moustafa

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Saturno em Trânsito pela Casa 6 Conjunto Plutão na 8



“ O Corpo é o palco de acontecimentos desconhecidos da Alma”


Nunca antes, em 23 anos de corpórea existência, me lembro de ter tido um nível de hipocondria e atenção ás contendas ligadas á saúde, como durante este transito de Saturno.
É também o momento de grandes aprendizagens na outra fatia natural da casa 6, casa associada ao signo de Virgem, o serviço, o trabalho.
Para além de um urgente apelo a uma reestruturação ao nível da alimentação, surgiu-me por igual o ímpeto de  investigar e aprofundar, para o bem e para o mal, tudo o que comporta a esse nível  desejando por vezes não o fazer, pois não conhecendo não me teria de responsabilizar.
Mas se não nos responsabilizarmos durante um trânsito de Saturno, extraindo-lhe das lições as energias mais positivas ao planeta e enfoque da casa associado, que consequências nos traria não tão futuramente assim?
Este Saturno Natal está com um pé na casa 7 e outro na 8, identificando-me um pouco com ambos os posicionamentos, sem saber ainda muito bem a qual delas dignifico mais poder, pois há alturas e alturas e ambas as vivências dessas mesmas casas já me bateram á porta.
Contudo tendo eu um Plutão Natal na casa 6, em trânsito pela 8 conjunto a este Saturno 6, clarifico-me neste período com uma forte necessidade de libertação.
Libertação num sentido da palavra que não se consegue explicar, são impulsos muito internos, tensões muito fortes, sensações nunca antes sentidas e necessitadas de uma atenção e canalização muito especial, que quando não é feita, se somatiza no corpo que parece não lhas conseguir segurar.
Há uma atracção pela destruição mas não no sentido nefasto da semântica, é um impulso de ver as mesmas gastas velhas formas transformadas numa novidade, numa perspectiva muito pessoal.
É trabalhar a consciência da morte, dar-lhe um novo sentido, retirar-lhe a capa do medo, e que difícil é!
Muito difícil desligar ansiedade da proximidade de situações onde sabemos que ela estará presente, é muito difícil desligar também de qualquer sintoma físico por mais subtil que passe.
Não há subtileza nesta conjunção fortíssima, não há delicadeza nos domínios de Plutão, há sim uma intensidade vulcânica, uma lava que têm de escoar, caso contrario a morte não seria assim uma implicação tão assustadora.
Há um trabalhar exaustivo, diário, pois a tentação de ceder á tentativa de controle das coisas tenta ao aparente facilitismo da mesma.
Há um abraçar aos recantos mais ocultos da psique, agarrando neles e vendo-lhes o potencial, incutindo-os nos pensamentos mais sombrios, dando-lhe as luz na profundidade de uma escrita cada vez mais direccionada, guiando-me na busca do maior conhecimento penetrando nos estudos da astrologia.
É sobre este trânsito que iniciei o curso de astrologia, tendo vontade de o fazer há muito tempo, mas reprimindo esse desejo por comodidade, desta vez tal não me foi permitido, foi pensar que não dá para adiar mais, que as energias planetárias a desenvolverem-se em mim não permitiram mais o atraso de uma transformação que se quer já!
É escutar uma voz sem língua, que nos desafia ao trabalho de tradução árdua, é um momento catalisador de mudanças sem retrocesso, que reformulam toda uma estrutura de vida, toda uma estrutura de pensamento, de sentimentos que causam um terramoto avassalador na vida.
Mas é  também a luz ao fundo do túnel e o caminho que se quer feito até lá.

Sarah Moustafa